terça-feira, 25 de agosto de 2009

Eventos e atividades em todo o mundo marcarão os 10 anos do FSM em 2010

Em 2010, o Fórum Social Mundial celebrará 10 anos de seu processo. Para marcar a data, o Conselho Internacional do fórum decidiu, em sua última reunião, realizada em maio em Rabat, no Marrocos, que ao longo de todo o próximo ano o processo FSM terá um caráter permanente, com múltiplos eventos em todo o mundo. O CI propõe que o tema da crise global seja o elemento de identidade comum do processo em 2010.


Próxima edição do FSM será em Dakar, na África, em 2011

A última reunião do Conselho Internacional do FSM, realizada em maio, aprovou a realização do próximo Fórum Social Mundial em Dakar, no Senegal, em 2011. Segundo os organizadores do Fórum Social Africano, a proposta de Dakar tem o apoio de inúmeros movimentos sociais da África, como organizações feministas e centrais sindicais.


Fórum Social do Québec acontece entre os dias 9 e 12 de outubro

De 9 a 12 de outubro, acontecerá em Montréal, no Canadá, a segunda edição do Fórum Social do Québec. São esperados mais de seis mil participantes.

Veja mais informações no site do evento: Fórum Social

Confira também a agenda completa de mobilização para o segundo semestre:
Notícias Fórum Social


FSM Belém 2009

a) Resultado das assembleias

No sexto dia do FSM 2009, o palco central da UFRA (Universidade Federal Rural do Amazonas) reuniu milhares de ativistas e representantes de movimentos e organizações para assembleias temáticas cujas declarações foram apresentadas, ao final, em uma Assembleia das Assembleias.

Para conhecer os resultados, acesse: Resultado das assembleias



b) Cobertura da mídia

O FSM 2009 recebeu mais de 800 veículos de 30 países. Cerca de 2500 jornalistas e profissionais de mídia estiveram em Belém e outros 2000 cobriram o Fórum a distância.
Veja um clipping do que foi publicado na internet em: :Cobertura da mídia

O FSM Belém também foi palco de um processo participativo de mídia independente através dos projetos compartilhados de mídia. Veja o que foi publicado:

- Ciranda
- Foro de Radios
- WSF TV



c) Certificados de participação

Baixe e imprima o seu certificado de participação: Certificados



fonte: Boletim FSM

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

FSM termina como “novas inspirações” para buscar outro mundo possível


Depois de seis dias de programação, o Fórum Social Mundial (FSM) chegou ao fim 1° de fevereiro com “novas inspirações” para buscar um outro mundo possível. A avaliação é do sociólogo e membro do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial Cândido Grzybovski, que participou de entrevista coletiva ao lado de movimentos sociais para apresentar um balanço da reunião internacional.

“Terminamos a semana com um cansaço cívico e cidadão, com novas inspirações, renovados na busca de um outro mundo”, afirmou.

Para Grzybovski , a realização do evento em Belém tornou esta edição um marco para o FSM pelas relação “entre a Amazônia e a utopia” e pela crise que “enterrou” o Fórum Econômico Mundial, que ocorreu simultaneamente em Davos, na Suíça. “Ocupamos um enorme vazio na agenda mundial”.

O número de participantes superou as previsões da organização, que eram de 120 mil pessoas, e chegou a 133 mil. Entre eles 1,4 mil quilombolas e 1,9 mil indígenas, a maior participação desses segmentos em todas as edições do FSM, segundo Grzybovski.

Representante das lideranças indígenas, o peruano Mario Palacios disse que o FSM foi importante para dar protagonismo aos povos da floresta e comunidades tradicionais. “Há uma alternativa a essa crise civilizatória, climática, energética. Concluímos que outro mundo é possível e está nos povos indígenas. Somos atores políticos vivos, não somos a parte folclórica da democracia”.

Palacios também anunciou a realização do 5º Fórum Social Mundial Pan-Amazônico, aprovada em assembléia durante a manhã.

A participação de comunidades indígenas também foi lembrada pela representante do movimento negro, Nilma Bentes. “O Fórum abriu possibilidade para que o movimento negro estreitasse relação com o movimento indígena”. Pela primeira vez, segundo Nilma, as questões raciais foram pautadas em um FSM como reivindicavam os movimentos sociais.

O ativista palestino Jamal Juma, coordenador do movimento Stop the Wall, agradeceu a recepção do Fórum à causa palestina e disse que a reunião foi uma oportunidade de apresentar ao mundo o que chamou de apartheid israelense. “Nesta hora em que testemunhamos o massacre do povo de Gaza, o Fórum é uma plataforma para mostrar a luta do povo palestino. Queremos pedir apoio do Comitê Internacional para forçar Israel a cumprir leis internacionais”.

Em 2010, o Fórum Social Mundial vai ocorrer de forma descentralizada, sem uma cidade sede. Para 2011, a África e o Oriente Médio são os prováveis candidatos, mas os Estados Unidos também podem estar na lista, segundo Grzybovski.

Uma agenda mundial de mobilizações também foi anunciada hoje pela representante do Fórum Social Europeu, a italiana Rafaela Bolini, e inclui protestos durante a reunião do G-8, em maio, na Itália, durante a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em dezembro, na Dinamarca, e até no aniversário de 60 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em abril.


por Luana Lourenço
para a cobertura integrada FSM/EBC
http://fsm.ebc.com.br/?p=586

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Balanço: Fórum Social 2009 - Belém - Pará- Brasil


O Fórum Social Mundial 2009, realizado pela primeira vez na Amazônia, em Belém do Pará, chegou ao fim neste domingo (1°) com um total de 133 mil participantes inscritos, de 142 países, informou a organização do evento. Mas, no total, o número de pessoas envolvidas no FSM — reunindo participantes e trabalhadores — chegou a 150 mil.

O último dia do Fórum foi marcado pela realização de assembléias setoriais temáticas, pela parte da manhã, com a divulgação de algumas conclusões dos debates. Na parte da tarde, ocorreu a Assembléia das Assembléias, com apresentação de algumas propostas de campanhas globais que devem ser lançadas em 2009. Local e data do próximo FSM não foram definidos no domingo. O que está definido é que deverá ser em um país da África, em 2011.

Além das datas tradicionais — como os dias internacionais da mulher e dos trabalhadores rurais, e da cúpula do G8, em julho, da Cúpula das Américas, em abril, e do Clima, em dezembro —, os movimentos sociais propuseram a realização de uma semana de protestos contra o capital e a guerra entre os dias 28 de março e 4 de abril. Neste período, será criada uma nova articulação de países ricos que, além dos oito do G8, incluirão as demais 12 nações mais ricas do mundo.

Outro evento que deve ser alvo de mobilizações é a comemoração dos 60 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), marcada para o dia 4 de abril, em Estrasburgo, na França. No dia 30 de março, estão previstas ações unificadas de apoio à Palestina e contra os crimes de guerra cometidos por Israel em Gaza.

Já as organizações que discutem a dívida externa de países do Sul lançaram uma convocação para que todos os governos implementem auditorias e, com base nelas, declarem a ilegalidade das dívidas, suspendendo os pagamentos e exigindo reparação por processos abusivos de endividamento. O documento, assinado pela Campanha Jubileu Sul e pela Comissão Internacional pela Anulação da Dívida do Terceiro Mundo, também pede que os governos dos países do Sul se retirem do G20.


A organização do FSM divulgou os seguintes números como balanço final:

1- Total de participantes: 133mil

2 - Participantes inscritos no acampamento: 15 mil

3 - Crianças recebidas na Tenda Curumim-Erê : 3 mil crianças

4 - Trabalhadores voluntários, tradutores, equipe técnica e representantes de entidades organizadoras: 4.830

5 - Expositores de tendas, feira institucional, feira da economia solidária, restaurantes e lanchonetes: 5.200

6 - Eventos culturais: 200

7- Artistas: 1.000

8 - Profissionais comunicadores da imprensa oficial, mídia alternativa ou freelancer: 4.500 (2.500 credenciados e 2.500 à distância)

9 - Entidades e organizações inscritas: 5.808

Por continente:

África: 489
América Central: 119
América do Norte: 155
América do Sul: 4.193
Ásia: 334
Europa: 491
Oceania: 27

10 - Atividades autogestionadas inscritas: 2.310

11- Veículos de comunicação credenciados: 800 veículos de equipes de 30 países.

12 - Pesquisas de perfil de participantes: aproximadamente 2.150 entrevistas por amostragem.


Da Redação, com informações da Carta Maior

Leia também:

COBERTURA PORTAL VERMELHO NO FSM

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL (FSM) CONTA COM A PARTICIPAÇÃO DE ESPECIALISTAS EM ASSÉDIO MORAL


Roberto Heloni e Margarida Barreto (sentados), palestrante Arthur Lobato

Por Taís Ferreira

O Fórum Mundial Social 2009 contou com a presença de 133 mil participantes inscritos, de 142 países, totalizando aproximadamente 150 mil pessoas, contando com os organizadores. Foram inscritas 5.808 entidades e organizações - África: 489, América Central: 119, América do Norte: 155, América do Sul: 4.193, Ásia: 334, Europa: 491, Oceania: 27.

Os sindicatos dos Servidores da Justiça de Minas Gerais de segunda e primeira instância, o SINJUS-MG e o Serjusmig contribuíram com sucesso em uma das atividades do FSM. O psicólogo Arthur Lobato, membro da Comissão de Combate ao Assédio Moral dos dois Sindicatos, participou de oficinas sobre o tema, relatando um pouco do trabalho que as duas entidades vem realizando.

A Comissão SINJUS-MG/Serjusmig foi convidada pelo professor doutor José Roberto Heloani (Unicamp/FGV). A oficina com participação de Arthur, também contou com palestrantes da América Latina (Argentina/Cuba etc), e foi coordenada pela doutora Margarida Barreto (PUC/SP). No Brasil, Heloani e Margarida são duas das maiores autoridades sobre o tema “assédio moral no trabalho”.

* Taís é jornalista, é editora do blog CINE JORNALISMO EM PAUTA

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

As transformações no mundo do trabalho e os impactos na saúde mental - Fórum Social Mundial

Por Taís Ferreira
As repercussões do trabalho na vida mental e as violações dos direitos humanos no trabalho são temas de mesas de diálogo e oficinas, no dia 30 e 31, no Fórum Social Mundial(FSM)), em Belém(PA). Participam do evento referências nacionais e internacionais na área, como: Prof Dr. José Roberto Heloani - UNICAMP/FGV-Brasil, Lídia Guevara – ALAL – Cuba, Margarida Barreto -NEXIN/PUC/SP, Arthur Lobato - SINJUS - SERJUSMIG - Brasil, entre outros.

A saúde mental e as relações de trabalho, apesar de serem estudadas há muito tempo, começam a receber maior atenção a partir da introdução de novas tecnologias nos processos de trabalho. Essas transformações, além de interferirem sobre a organização do trabalho, têm reflexos e conseqüências no cotidiano fora do trabalho, no modo de viver, na família e em todas suas relações humanas.

Os transtornos mentais constituem a terceira causa de afastamento junto à Previdência Social e, na maioria das vezes, não são reconhecidos como doenças ocupacionais. Aprimorar este olhar, debater aspectos legais e notificar o Ministério da Saúde sobre a ocorrência deste agravo para a saúde dos trabalhadores são os objetivos dos profissionais que atual nesta área.

Atualmente, muitos estudos têm sido feitos com o intuito de estabelecer mais claramente a relação entre trabalho e a saúde mental. Nesses estudos, o trabalho tem sido considerado como mediador das relações sociais e humanas, por isso como um elemento fundamental para a saúde, tanto para o seu fortalecimento, quanto para o seu desgaste. Na categoria de desgaste à saúde mental incluímos tanto um mal-estar e tensão no trabalho quanto transtornos psicopatológicos. Isso porque, o conhecimento do primeiro estágio de mal-estar é fundamental para as práticas preventivas, ou seja, de identificação das fontes de estresse e tensão no trabalho, potencialmente prejudiciais à saúde mental.

Dados da OIT indicam que, no mundo, 10% trabalhadores padecem de ansiedade. Nos países da UE 3% a 4% PIB é gasto com problemas de saúde mental, 9% dos trabalhadores sofrem assédio moral(13 milhões). Nos EUA 30 a 44 milhões de dólares são gastos com depressão por ano, depressão afeta 10% dos adultos em idade de trabalhar,
perdidos por volta de 200 milhões de dias de trabalho, por ano. Na Inglaterra 33% trabalhadores apresentam problemas de saúde mental, 5% dos adultos idade trabalho sofrem depressão grave. Na Alemanha 7% das aposentadorias antecipadas por transtornos depressivos. Na Finlândia 50% dos empregados padecem sintoma relacionados com o stress, 7% sofrem cansaço severo.Segundo a OMS, no mundo em 2020, depressão será a maior causa de incapacitação no INSS. Pesquisa da USP indica que 17,8% da população da alta classe média SP sofrem de depressão. Na Espanha 50% a 60% do absentismo no trabalho está relacionada ao stress e 15% da população ativa (2 milhões de trabalhadores) sofrem assédio moral.

Estas e outras questões deverão ser pensadas e debatidas durante as mesas de diálogo e oficinas sobre a saúde mental e o trabalho, em Belém, para estimular a reflexão dos participantes sobre a atual conjuntura brasileira e mundial, as transformações no mundo do trabalho e a violação dos direitos dos trabalhadores, estudos importantes para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

MESAS de DIÁLOGOS

Data: 30/01/2009 - Manhã 8:30 as 11:30
Tarde 12:00 as 15:00
ATIVIDADE número: 1730 – 1731
Local: UFPA Profissional EP 08
Tema: Saúde mental e trabalho
Coordenador de mesa: Prof Dr. José Roberto Heloani
1.Lídia Guevara – ALAL – Cuba - A violência no trabalho: panorama na América Latina
2.Luiz Salvador - ALAL- Brasil - O atual modelo econômico e a violação dos direitos dos trabalhadores.
3.José Roberto Heloani - UNICAMP/FGV-Brasil - Panorama atual do mundo do trabalho: a fragilização das relações humanas.
4.Margarida Barreto -NEXIN/PUC/SP-Saúde mental no trabalho: contradições e desafios
5.José Erivalder Guimarães – Federação Nacional dos Médicos - Brasil - Saúde mental dos profissionais de saúde no Brasil
6.Lourival Batista - SINDQUIM – SP – As transformações no mundo do trabalho e o movimento sindical.

OFICINAS
Data: 31/01/2009
Manha 8:30 as 11:30
Tarde 12:00 as 15:00
Atividade: 1732 – 1733 Local: UFPA Profissional EP 08
Tema: Mundo do trabalho: os impactos e as atuais transformações do trabalho à Saúde Mental dos trabalhadores e trabalhadoras.
Coordenadores da Oficina: Lourival Batista + Margarida Barreto
1.Lídia Guevara–ALAL-CUBA-Direitos humanos e dignidade no trabalho para um mundo justo e igualitário
2.Jose Roberto Heloani – UNICAMP/FGV – SP - Saúde mental dos trabalhadores da aviação brasileira.
3.Arthur Lobato - SINJUS - SERJUSMIG - Minas Gerais – A saúde mental dos trabalhadores do judiciário em Minas Gerais
4. Pérsio Dutra - DIESAT-SP - Telemarketing: a violação repetitiva dos direitos humanos dos trabalhadores
5.Carmem Regina Rocha de Lima - Federação Nacional dos Urbanitários – FNU - STIUPA - Como anda a saúde dos Urbanitários?
6.Margarida Barreto e Lourival Batista – SINDQUIM-SP - A experiência no dia-a-dia sindical
7.Walcir Previtale Bruno - Sindicato dos Bancários/SP - O sindicato dos bancários: pensando novas formas de resistência. ENDEREÇO: Universidade Federal do Pará - Rua Augusto Corrêa, 01 - Guamá. CEP 66075-110. Caixa postal 479 PABX +55 91 3201-7000. Belém - Pará - Brasil 2008

Taís Ferreira é jornalista
CineJornalismoemPauta
CoberturaFórumSocialMundial

Lula e presidentes sul-americanos em Belém


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta quinta-feira (29), em Belém, de encontro com integrantes do Fórum Social Mundial. Será no Hangar do Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. Mais quatro presidentes sul-americanos participam do encontro - Evo Morales, da Bolívia, Hugo Chávez, da Venezuela, Rafael Correa, do Equador, e Fernando Lugo, do Paraguai.

"A presença desses chefes de Estado no Fórum amplifica a mensagem de Outro Mundo Possível porque mostra a disposição, de ambas as partes, em reforçar esse diálogo indispensável entre governos e movimentos sociais para garantir que transformações sejam implementadas e, também, porque evidenciam o compromisso de mudanças nesses países."

Às 17h30, Lula se reúne com os quatro presidentes. Antes do encontro, os chefes de Estado debatem com representantes de movimentos sociais o tema Perspectivas da Integração Popular da América Latina. À noite, o presidente brasileiro participa do painel América Latina e o Desafio da Crise Internacional.

A presença dos cinco presidentes em Belém, para discutir junto com os movimentos sociais a crise econômica mundial, ao mesmo tempo em que se inicia o Fórum Econômico Mundial, em Davos, é uma demonstração explicita da opção política desses países. Mostra que há na América Latina a busca por um outo caminho possível.

Amanhã (30) de manhã, Lula vai se reunir com representantes do Comitê Internacional do Fórum, integrado por 165 organizações da sociedade civil.

A 9ª edição do Fórum Social Mundial começou oficialmente ontem (28) e vai até domingo.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O papel da comunicação na construção de uma sociedade mais justa e humanitária

O atual modelo de desenvolvimento prioriza o mercado e o lucro privado em detrimento do interesse público e dos direitos humanos fundamentais. Este modelo se pauta por uma concepção de desenvolvimento baseado na idéia de crescimento econômico ilimitado, ignorando que os recursos naturais são limitados. Para manter esse modelo, grandes projetos energéticos e de infra-estrutura são construídos, distantes das lógicas produtivas e culturais que organizam os territórios, provocando a expulsão das populações de suas terras, a contaminação dos trabalhadores e trabalhadoras e o aprofundamento da crise ambiental e das mudanças climáticas.

Vivemos em um momento de grave crise financeira mundial - crise do sistema capitalista -, além das crises climática, de alimentação e de energia. No entanto, a cobertura jornalística (de modo geral) se restringe a uma abordagem extremamente superficial que não revela o pano de fundo que faz mover toda a máquina do Estado na direção do aprofundamento das injustiças: o atual modelo de desenvolvimento.

Para agravar a situação, a maioria dos jornalistas desconsidera a existência de outras formas e modos de desenvolvimento possíveis voltados para a igualdade social e a justiça ambiental. E, por seu lado, as empresas jornalísticas não têm interesse em dar espaço para este debate/questionamento.

Alguns dos casos mais emblemáticos da realidade brasileira, como o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira e a Hidrelétrica de Itaipu, a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, a atuação das transnacionais brasileiras, como a Petrobrás, a Companhia Vale do Rio Doce e a Odebretch (tanto no Brasil como no exterior), a expansão das plantações de cana-de-açúcar para todo o território nacional (especialmente a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica) e o tráfico de pessoas, dentre outros, são reportados pontualmente, como se não tivessem vínculos estruturais uns com os outros e com o plano maior, de ações e estratégias, definido para o País. O que está em jogo é a possibilidade de continuarmos vivendo neste planeta, mas a mídia não contextualiza esta questão em toda a sua complexidade.

A proposta do Seminário Comunicação e Desenvolvimento é aprofundar esta reflexão, de modo que possamos pensar e caminhar para uma política de comunicação voltada para os interesses e as reais necessidades dos povos. Que desenvolvimento é esse? A quem ele beneficia? Qual é a principal proposta do governo brasileiro para a sociedade brasileira e para os povos da América do Sul? Afinal, quais são os interesses em jogo?

É muito comum que os veículos de comunicação se debrucem sobre as conseqüências e resultados deste "jogo". Mas por que os profissionais de mídia não se atentam mais para as questões de fundo? Qual o verdadeiro papel dos jornalistas na complexa sociedade moderna? Como romper a barreira do pensamento único e visualizar outras possibilidades de atuação como comunicador?

Estas e outras questões deverão ser pensadas e debatidas durante o seminário, com o objetivo de estimular os participantes a compreenderem a atual conjuntura brasileira e mundial e seu papel nela enquanto comunicadores, considerando que a comunicação é uma ferramenta essencial para a construção de uma sociedade justa e igualitária.

Proponentes do Seminário:

Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) Ciranda Internacional de Informação Independente Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social Jubileu Sul Brasil Jubileu Sul Américas Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais Rede Brasileira de Justiça Ambiental

Objetivos:

Promover um aprofundamento da reflexão sobre o atual modelo de desenvolvimento e o papel dos comunicadores/mídia;

Promover uma articulação dos comunicadores de organizações, redes e movimentos sociais nacionais e regionais;

Proporcionar a oportunidade dos participantes se capacitarem sobre o tema e proporem formas de dar continuidade ao processo de discussão e à construção de estratégias coletivas;

Formato:

1o Momento: Uma mesa com três debatedores e um mediador - 1h40

1 - Alguém dos movimentos/Ongs para falar sobre "A crise deste modelo"

Marcos Arruda "Políticas Alternativas do Cone Sul (Pacs)/Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais" - 30 minutos

2 - Alguém da mídia para falar sobre "Como a mídia se coloca diante das desigualdades e do aumento da pobreza"

Gilberto Maringoni - historiador, pesquisador do IPEA e professor de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero - 30 minutos

3 - Alguém da comunicação dos movimentos sociais/redes para falar sobre "A comunicação que queremos"

Igor Felippe, da secretaria de comunicação do MST Nacional - 20 minutos

Tânia Pacheco, jornalista e coordenadora do Grupo de Trabalho de Racismo Ambiental da Rede Brasileira de Justiça Ambiental - 20 minutos

Mediador - Alguém que faça comentários, contribuições e amarrações críticas sobre o tema proposto Membro do Intervozes

2o Momento: Plenária de debates - 1h30

3o Momento: Trabalho em grupo - "É possível uma articulação entre os diferentes atores de modo a construir


Patrícia Bonilha


Ciranda

Fórum Social Mundial Interativo


O Fórum Social Mundial 2009 vai dar seguimento a uma série de ações de comunicação compartilhada que vem sendo desenvolvidas ou pensadas desde 2001. A idéia defendida pela Ciranda e demais integrantes do Grupo de Trabalho de Comunicação do FSM 2009 é "Comunicar para Mobilizar".



A comunicação compartilhada é a possibilidade de participar de um trabalho de cobertura livre e/ou jornalística de eventos de interesse social, através da troca de esforços e conteúdos entre meios e pessoas envolvidas com a comunicação não corporativa ou de mercado.

Conheça algumas experiências e envie sugestões de novos espaços de comunicação para comunicacao@fsm2009amazonia.org.br

Ciranda
A Ciranda é um espaço de comunicação compartilhada, em que comunicadores produzem e recebem notícias sobre o Forum Social Mundial. Cadastre-se e contribua nessa ação de comunicação. Acesse Ciranda

Abertura Fórum Social Mundial 2009 - Belém - Pará - Brasil



fotografia:
Henrique Parra mídia independente


Fórum Social Mundial (FSM) é um evento de âmbito mundial, organizado por movimentos sociais com objetivo de celebrar a diversidade, discutir temas relevantes e buscar alternativas para questões sociais.

“Cada Fórum tem a sua especificidade, mas a crise obrigou o Fórum a entender a questão amazônica dentro deste contexto e reforçou a necessidade de alternativas ao desenvolvimento. E essa alternativa não pode ser salvar o capitalismo, que é o que Davos quer fazer”, disse durante a marcha Moacir Gadotti, do Instituto Paulo Freire. “O Fórum será mais uma vez inspirador. Estamos criando um movimento social global que só tende a crescer. Davos não sabe onde esconder a sua cara e nós estamos em festa aqui em Belém”, completou Candido Grzybowski, diretor geral do Ibase e membro do Conselho Internacional do FSM.

Com muita chuva e muito sol, a marcha de abertura do FSM 2009 foi mesmo uma festa. Começou com um encontro entre negros e indígenas, numa passagem simbólica da última edição ocorrida no Quênia, na África, em 2007, para esta na Amazônia. E terminou, num grande palco montado em São Braz, com dezenas de manifestações dos povos originários da região. Tudo regado a samba e muito batuque. Mais uma vez, a diversidade será a cara do Fórum, que tem desta vez a tarefa de trazer à tona o que o mundo pode fazer para se salvar. Antes que seja tarde.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

ATO CONTRA IMPUNIDADE EM UNAÍ NO FSM


Na quarta-feira, 28 de janeiro, o crime que ficou conhecido internacionalmente como “CHACINA DE UNAI” completará cinco anos sem que nem um dos nove réus tenha sido ainda julgado pelo assassinato dos Auditores Fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e do motorista Ailton Pereira de Oliveira.

Nove pessoas foram indiciadas e serão levadas a julgamento por decisão da Justiça. Mas desde que foi expedida a Sentença de Pronúncia em dezembro de 2004 pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região - MG, a defesa dos acusados entra, incessantemente, com recursos protelatórios, até hoje todos negados pelo TRF 1ª Região – DF e Superior Tribunal de Justiça (um Agravo de Instrumento está pendente de decisão). Somente depois de analisados todos os recursos o processo poderá retornar a Minas Gerais e ser marcado o julgamento.

Atualmente, cinco réus estão presos na Penitenciária Nelson Hungria (Contagem – Grande BH) (Erinaldo de Vasconcelos Silva, Francisco Elder Pinheiro, Humberto Ribeiro dos Santos, Rogério Alan Rocha Rios e William Gomes de Miranda) e quatro estão em liberdade (Antério Mânica, Hugo Alves Pimenta, José Alberto de Castro e Norberto Mânica). Antério Mânica foi eleito prefeito de Unaí em 2004 e por essa razão adquiriu o direito de ser julgado em foro especial. O processo dele foi desmembrado e somente terá seguimento depois de concluído o dos demais réus. Ele e seu irmão Norberto são acusados de serem mandantes do crime.

Atos em BH e Brasília

A Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais – AAFIT/MG vai participar na próxima segunda-feira, dia 26 de janeiro, às 15 horas, no Salão Nobre, de Audiência Solene na Câmara Municipal de Belo Horizonte, de um Ato contra a impunidade, convocado pela vereadora Luzia Ferreira, presidente da Casa. Estarão presentes representantes de entidades sindicais de categorias diversas e do movimento popular.

No dia 28, em Brasília, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho – SINAIT e a AAFIT/MG preparam um Ato de Protesto e um Culto Ecumênico para marcar a data, às 10 horas, em frente ao Supremo Tribunal Federal.

Também no dia 28 será celebrado um Culto Ecumênico em Belém, às 16:30, na Capela Universitária da Universidade do Pará, dentro da programação do Fórum Social Mundial.

José Augusto de Paula Freitas, presidente da AAFIT/MG, comenta que “qualquer tempo é muito longo quando se espera que a Justiça seja feita. Cinco anos é tempo demais para as famílias, para os colegas Auditores Fiscais do Trabalho e para o Estado que foi duramente atingido com o crime”. Ele afirma que ainda confia na Justiça, mas a indignação com a demora toma conta de todos.
Está confirmada a presença de centenas de Auditores Fiscais do Trabalho, de sindicalistas e de familiares das vítimas da CHACINA DE UNAÍ na Audiência da Câmara e no Ato em Brasília.

SERVIÇO
5 anos da CHACINA DE UNAÍ

26 de janeiro – segunda-feira
Audiência Solene na Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte
15 horas
Salão Nobre

28 de janeiro – quarta-feira
Ato de Protesto e Culto Ecumênico
16:30
Em frente ao Supremo Tribunal Federal – DF


28 de janeiro – quarta-feira
Ato de Protesto e Culto Ecumênico
10 horas
Capela Universitária da Universidade do Pará, dentro da programação do Fórum Social Mundial.



Confira a cronologia da impunidade em Unaí
CRONOLOGIA DA IMPUNIDADE

sábado, 24 de janeiro de 2009

O NPC participa do Fórum Social Mundial com duas oficinas






DIA 29 DE JANEIRO
A Mídia e a Criminalização da pobreza


Participantes:
Claudia Santiago - editora do Boletim NPC
Gizele Martins - Jornal O Cidadão, do Complexo da Maré
Márcia Jacintho - mãe de vítima da violência policial
José Jorge Santos de Oliveira - morador da Vila Recreio - Rio de Janeiro
Guilherme Marques Soninho - doutorando do Ippur/UFRJ

Horário: 12h às 15h
Local: Universidade Federal do Pará (UFPA básico), pavilhão Pb, sala P2.

DIA 30 DE JANEIRO
Comunicação Sindical: antes, durante e depois da crise

Participantes:
Vito Giannotti - escritor e coordenador do NPC
Carlos Bittencourt - presidente da FISENGE
Fernando Lima - coordenador do SINDSEP/PE
Adelmo Andrade - diretor de imprensa do SEEB/BA
Joel de Almeida - presidente do SINTESE/SE
J. Ribamar França - diretor de comunicação da FENAJUFE


Horário: 12h às 15h
Local: Universidade Federal do Pará (UFPA básico), pavilhão Pb, sala P5.

As duas oficinas são de iniciativa do NPC e contam com o apoio da Fundação Rosa Luxemburgo.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Programação Fórum Mundial de Mídia Livre – 26 e 27 de janeiro de 2009



Dia 26 de janeiro (segunda-feira)9h
Mesa 1 - Como ampliar o Midialivrismo
Debatedores: Sérgio Amadeu (Cásper Líbero), Renato Rovai (Revista Fórum), Ivana Bentes (UFRJ), Maria Pia (AMARC), Sóter (Abraço), Antonio Martins (Le Monde Diplomatique), Michael Hardt - EUA (a confirmar), Oona Castro (Overmundo, a confirmar), Gustavo Gindre (Intervozes, a confirmar).

11h30
Mesa 2 - A Mídia e a Crise
Debatedores: Luiz Hernandez Navarro (La Jornada), Sandra Russo (Página 12), Pascual Serrano (Rebelión), Marcos Dantas (PUC-RJ), Joaquim Palhares (Carta Maior), Altamiro Borges (Vermelho), Joaquín Constanzo (IPS), Bernardo Kucinski, Bernard Cassen - França (a confirmar), Ignacio Ramonet - Espanha (a confirmar).

15h30
Seminário de Comunicação Compartilhada no FSM
Conceito e modelos alternativos ao jornalismo de mercado


Abertura: Comunicação Internacional do Fórum Social Mundial
Mesa e recomendações da comunicação compartilhada ao FMML
Mídias colaborativas - Ciranda, Minga, Flamme D`Afrique
Fórum de Rádios - Fórum de Defesa das Rádios Comunitárias do Pará, Amarc, Radio Kosh
Fórum de TVs - Intervozes, Folcuspuller, Mau Mau (Quênia)
Informes
Laboratório de Conhecimentos Livres
Jornal Terra Viva/IPS
Microfone aberto: Recomendações do movimento social ao FMML
Movimento social criminalizado (MST/Via Campesina)
Movimento Feminista (Articulação Mulher e Mídia)
Movimento Negro (Força Ativa)
Movimento Indígena
Movimento Juventude
Movimento Conhecimentos Livres

18h30
Atividades auto-gestionadas
Reunião dos veículos, reunião das entidades que atuam pela democratização, reunião da academia, reunião dos blogueiros, oficinas, etc.

21h30 - Confraternização e sistematização dos debates

Dia 27 de janeiro (terça-feira)
9h
Plenária de Encerramento
15h
Ida em bloco à marcha do FSM

Dia 29 de janeiro (quinta-feira)

12h as 15h
Democratização da Comunicação: a alternativa dos Pontos de Mídia Livre
Debate Apoio para os Pontos de Mídia

Local: UFPA Profissional, bloco KP, sala KP07.

Participantes: Célio Turino, Forum Mundial de Mídia Livre, Associação Outras Palavras, Rede Universidade Nômade, veículos de Mídia Livre e midialivristas.

Mais informações:
Fórum Mundial de Mídia Livre – 26 e 27 de janeiro de 2009
– Belém, PA

Local: Escola de Aplicação da UFPA (antigo NPI) - Av. Tancredo Neves (Perimetral), nº 1000 – Bairro Montese (Terra Firme) – Belém, PA. Próximo à UFRA e ao Museu Emilio Goeldi. Mapa do local no site do NPI.
Site:


http://forumdemidialivre.blogspot.com/

Email: forumdemidialivre@gmail.com
Telefone: (91) 8130 2097 (produção)
Gustavo Barreto: (91) 9250 9594
Leandro Uchoas: (91) 8130 2097

FÓRUM MUNDIAL DE MÍDIA LIVRE


O FMML é uma conseqüência do I Fórum de Mídia Livre, realizado no Rio de Janeiro em junho de 2008. Reunindo mais de 500 ativistas, jornalistas, professores, estudantes e empresários, o evento significou uma inédita união política entre os principais veículos independentes de mídia brasileiros, sistematizando formas conjuntas de atuação. Em 23 de outubro, o Grupo de Trabalho Executivo do FML lançou o Manifesto da Mídia Livre, com os dez compromissos do movimento e oito propostas principais, entre as quais a realização do FMML em Belém.

O manifesto já obteve a adesão de 29 entidades e movimentos e de 25 veículos independentes nacionais. O movimento gerou a mobilização regional em vários estados do Brasil, com a realização de fóruns e seminários locais.

Mais informações:

http://forumdemidialivre.blogspot.com/

Onde acontece o Fórum Social Mundial 2009


O Fórum Social Mundial 2009 acontecerá na cidade de Belém do Pará (Brasil), de 27 de janeiro a 1º de fevereiro nos campi da Universidade Federal do Pará - UFPA e da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA.

Com uma população de 1.5 milhão de habitantes, Belém foi formada a partir da miscigenação indígena, portuguesa e africana.

Com quase 400 anos de fundação, a cidade território do FSM 2009 é um dos principais portões de entrada para a região Amazônica.

Mais informações:


http://www.paraturismo.pa.gov.br/

Dez objetivos orientam as ações do 9º FSM

1-Pela construção de um mundo de paz, justiça, ética e respeito pelas espiritualidades diversas, livre de armas, especialmente as nucleares;

2-Pela libertação do mundo do domínio do capital, das multinacionais, da dominação imperialista patriarcal, colonial e neo-colonial e de sistemas desiguais de comércio, com cancelamento da dívida dos países empobrecidos;

3-Pelo acesso universal e sustentável aos bens comuns da humanidade e da natureza, pela preservação de nosso planeta e seus recursos, especialmente da água, das florestas e fontes renováveis de energia;

4-Pela democratização e descolonização do conhecimento, da cultura e da comunicação, pela criação de um sistema compartilhado de conhecimento e saberes, com o desmantelamento dos Direitos de Propriedade Intelectual;

5-Pela dignidade, diversidade, garantia da igualdade de gênero, raça, etnia, geração, orientação sexual e eliminação de todas as formas de discriminação e castas (discriminação baseada na descendência);

6-Pela garantia (ao longo da vida de todas as pessoas) dos direitos econômicos, sociais, humanos, culturais e ambientais, especialmente os direitos à alimentação (com garantia de segurança e soberania alimentar), saúde, educação, habitação, emprego, trabalho digno e comunicação;

7-Pela construção de uma ordem mundial baseada na soberania, na autodeterminação e nos direitos dos povos, inclusive das minorias e dos migrantes;

8-Pela construção de uma economia democratizada, emancipatória, sustentável e solidária, com comércio ético e justo, centrada em todos os povos;

9-Pela construção e ampliação de estruturas e instituições políticas e econômicas (locais, nacionais e globais) realmente democráticas, com a participação da população nas decisões e controle dos assuntos e recursos públicos.

10-Pela defesa da natureza (Amazônia e outros ecossistemas) como fonte de vida para o Planeta Terra e aos povos originários do mundo (indígenas, afro-descendentes, tribais, ribeirinhos) que exigem seus territórios, línguas, culturas, identidades, justiça ambiental, espiritualidade e bom viver.

Carta de Princípios do Fórum Social Mundial

O Comitê de entidades brasileiras que idealizou e organizou o primeiro Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre de 25 a 30 de janeiro de 2001, considera necessário e legítimo, após avaliar os resultados desse Fórum e as expectativas que criou, estabelecer uma Carta de Princípios que oriente a continuidade dessa iniciativa. Os Princípios contidos na Carta, a ser respeitada por tod@s que queiram participar desse processo e organizar novas edições do Fórum Social Mundial, consolidam as decisões que presidiram a realização do Fórum de Porto Alegre e asseguraram seu êxito, e ampliam seu alcance, definindo orientações que decorrem da lógica dessas decisões.

1. O Fórum Social Mundial é um espaço aberto de encontro para o aprofundamento da reflexão, o debate democrático de idéias, a formulação de propostas, a troca livre de experiências e a articulação para ações eficazes, de entidades e movimentos da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo, e estão empenhadas na construção de uma sociedade planetária orientada a uma relação fecunda entre os seres humanos e destes com a Terra.

2. O Fórum Social Mundial de Porto Alegre foi um evento localizado no tempo e no espaço. A partir de agora, na certeza proclamada em Porto Alegre de que "um outro mundo é possível", ele se torna um processo permanente de busca e construção de alternativas, que não se reduz aos eventos em que se apóie.

3. O Fórum Social Mundial é um processo de caráter mundial. Todos os encontros que se realizem como parte desse processo têm dimensão internacional.

4. As alternativas propostas no Fórum Social Mundial contrapõem-se a um processo de globalização comandado pelas grandes corporações multinacionais e pelos governos e instituições internacionais a serviço de seus interesses, com a cumplicidade de governos nacionais. Elas visam fazer prevalecer, como uma nova etapa da história do mundo, uma globalização solidária que respeite os direitos humanos universais, bem como os de tod@s @s cidadãos e cidadãs em todas as nações e o meio ambiente, apoiada em sistemas e instituições internacionais democráticos a serviço da justiça social, da igualdade e da soberania dos povos.

5. O Fórum Social Mundial reúne e articula somente entidades e movimentos da sociedade civil de todos os países do mundo, mas não pretende ser uma instância representativa da sociedade civil mundial.

6. Os encontros do Fórum Social Mundial não têm caráter deliberativo enquanto Fórum Social Mundial. Ninguém estará, portanto autorizado a exprimir, em nome do Fórum, em qualquer de suas edições, posições que pretenderiam ser de tod@s @s seus/suas participantes. @s participantes não devem ser chamad@s a tomar decisões, por voto ou aclamação, enquanto conjunto de participantes do Fórum, sobre declarações ou propostas de ação que @s engajem a tod@s ou à sua maioria e que se proponham a ser tomadas de posição do Fórum enquanto Fórum. Ele não se constitui portanto em instancia de poder, a ser disputado pelos participantes de seus encontros, nem pretende se constituir em única alternativa de articulação e ação das entidades e movimentos que dele participem.

7. Deve ser, no entanto, assegurada, a entidades ou conjuntos de entidades que participem dos encontros do Fórum, a liberdade de deliberar, durante os mesmos, sobre declarações e ações que decidam desenvolver, isoladamente ou de forma articulada com outros participantes. O Fórum Social Mundial se compromete a difundir amplamente essas decisões, pelos meios ao seu alcance, sem direcionamentos, hierarquizações, censuras e restrições, mas como deliberações das entidades ou conjuntos de entidades que as tenham assumido.

8. O Fórum Social Mundial é um espaço plural e diversificado, não confessional, não governamental e não partidário, que articula de forma descentralizada, em rede, entidades e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo.

9. O Fórum Social Mundial será sempre um espaço aberto ao pluralismo e à diversidade de engajamentos e atuações das entidades e movimentos que dele decidam participar, bem como à diversidade de gênero, etnias, culturas, gerações e capacidades físicas, desde que respeitem esta Carta de Princípios. Não deverão participar do Fórum representações partidárias nem organizações militares. Poderão ser convidados a participar, em caráter pessoal, governantes e parlamentares que assumam os compromissos desta Carta.

10. O Fórum Social Mundial se opõe a toda visão totalitária e reducionista
da economia, do desenvolvimento e da história e ao uso da violência como meio de controle social pelo Estado. Propugna pelo respeito aos Direitos Humanos, pela prática de uma democracia verdadeira, participativa, por relações igualitárias, solidárias e pacíficas entre pessoas, etnias, gêneros e povos, condenando todas as formas de dominação assim como a sujeição de um ser humano pelo outro.

11. O Fórum Social Mundial, como espaço de debates, é um movimento de idéias que estimula a reflexão, e a disseminação transparente dos resultados dessa reflexão, sobre os mecanismos e instrumentos da dominação do capital, sobre os meios e ações de resistência e superação dessa dominação, sobre as alternativas propostas para resolver os problemas de exclusão e desigualdade social que o processo de globalização capitalista, com suas dimensões racistas, sexistas e destruidoras do meio ambiente está criando, internacionalmente e no interior dos países.

12. O Fórum Social Mundial, como espaço de troca de experiências, estimula o conhecimento e o reconhecimento mútuo das entidades e movimentos que dele participam, valorizando seu intercâmbio, especialmente o que a sociedade está construindo para centrar a atividade econômica e a ação política no atendimento das necessidades do ser humano e no respeito à natureza, no presente e para as futuras gerações.

13. O Fórum Social Mundial, como espaço de articulação, procura fortalecer e criar novas articulações nacionais e internacionais entre entidades e movimentos da sociedade, que aumentem, tanto na esfera da vida pública como da vida privada, a capacidade de resistência social não violenta ao processo de desumanização que o mundo está vivendo e à violência usada pelo Estado, e reforcem as iniciativas humanizadoras em curso pela ação desses movimentos e entidades.

14. O Fórum Social Mundial é um processo que estimula as entidades e movimentos que dele participam a situar suas ações, do nível local ao nacional e buscando uma participação ativa nas instâncias internacionais, como questões de cidadania planetária, introduzindo na agenda global as práticas transformadoras que estejam experimentando na construção de um mundo novo solidário.

Aprovada e adotada em São Paulo, em 9 de abril de 2001, pelas entidades que constituem o Comitê de Organização do Fórum Social Mundial, aprovada com modificações pelo Conselho Internacional do Fórum Social Mundial no dia 10 de junho de 2001.

Mundo do trabalho: os impactos e as atuais transformações do trabalho à Saúde Mental dos trabalhadores e trabalhadoras

MESAS de DIÁLOGOS
Data: 30/01/2009 - Manhã 8:30 as 11:30
Tarde 12:00 as 15:00
ATIVIDADE número: 1730 – 1731
Local: UFPA Profissional EP 08
Tema: Saúde mental e trabalho
Coordenador de mesa: Prof Dr. José Roberto Heloani
1.Lídia Guevara – ALAL – Cuba - A violência no trabalho: panorama na América Latina
2.Luiz Salvador - ALAL- Brasil - O atual modelo econômico e a violação dos direitos dos trabalhadores.
3.José Roberto Heloani - UNICAMP/FGV-Brasil - Panorama atual do mundo do trabalho: a fragilização das relações humanas.
4.Margarida Barreto - NEXIN/PUC/SP - Saúde mental no trabalho: contradições e desafios
5.José Erivalder Guimarães – Federação Nacional dos Médicos - Brasil - Saúde mental dos profissionais de saúde no Brasil
6.Lourival Batista - SINDQUIM – SP – As transformações no mundo do trabalho e o movimento sindical.

OFICINAS
Data: 31/01/2009 Manha 8:30 as 11:30
Tarde 12:00 as 15:00
Atividade: 1732 – 1733
Local: UFPA Profissional EP 08
Tema: Mundo do trabalho: os impactos e as atuais transformações do trabalho à Saúde Mental dos trabalhadores e trabalhadoras.
Coordenadores da Oficina: Lourival Batista + Margarida Barreto
1.Lídia Guevara – ALAL-CUBA- Direitos humanos e dignidade no trabalho para um mundo justo e igualitário
2.Jose Roberto Heloani – UNICAMP/FGV – SP - Saúde mental dos trabalhadores da aviação brasileira.
3.Arthur Lobato - SINJUS - SERJUSMIG - Minas Gerais – A saúde mental dos trabalhadores do judiciário em Minas Gerais
4.Pérsio Dutra - DIESAT-SP - Telemarketing: a violação repetitiva dos direitos humanos dos trabalhadores
5.Carmem Regina Rocha de Lima - Federação Nacional dos Urbanitários – FNU - STIUPA - Como anda a saúde dos Urbanitários?
6.Margarida Barreto e Lourival Batista – SINDQUIM-SP - A experiência no dia-a-dia sindical
7.Walcir Previtale Bruno - Sindicato dos Bancários/SP - O sindicato dos bancários: pensando novas formas de resistência.

ENDEREÇO: Universidade Federal do Pará - Rua Augusto Corrêa, 01 - Guamá. CEP 66075-110. Caixa postal 479.
PABX +55 91 3201-7000. Belém - Pará - Brasil 2008

HISTÓRICO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

O Fórum Social Mundial é um espaço internacional para a reflexão e organização de todos os que se contrapõem à globalização neoliberal e estão construindo alternativas para favorecer o desenvolvimento humano e buscar a superação da dominação dos mercados em cada país e nas relações internacionais.

O Fórum Social Mundial (FSM) se reuniu pela primeira vez na cidade de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, Brasil, entre 25 e 30 de janeiro de 2001, com o objetivo de se contrapor ao Fórum Econômico Mundial de Davos. Esse Fórum Econômico tem cumprido, desde 1971, papel estratégico na formulação do pensamento dos que promovem e defendem as políticas neoliberais em todo mundo. Sua base organizacional é uma fundação suíça que funciona como consultora da ONU e é financiada por mais de 1.000 empresas multinacionais. Leia o texto de Francisco Whitaker e veja mais detalhes sobre a origem do FSM.

O Comitê Organizador do FSM 2001 foi formado por oito entidades brasileiras: Abong, Attac, CBJP, Cives, CUT, Ibase, MST e Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. Foi criado também um escritório, em São Paulo (Brasil), que, desde 2000 até os dias de hoje, apóia e dá suporte ao processo FSM, ao Conselho Internacional (CI) do FSM e suas comissões e aos comitês organizadores dos eventos anuais do FSM. Além de integrarem o CI e suas comissões, as oito entidades conformam atualmente o chamado Coletivo Responsável pelo Escritório do FSM no Brasil.